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O valor da sustentabilidade na atração e retenção de talentos.

A disputa por profissionais qualificados está acirrada, e eles dão preferência a empresas realmente preocupadas com o planeta.

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar.

Domingo, 5 de junho, é o Dia Mundial do Meio Ambiente, e uma das perguntas que provavelmente estará nas redes sociais e na imprensa nessa data será: há motivos para comemorar? Mais que um marco instituído pela ONU em 1972, a pauta ambiental se tornou uma preocupação constante, que mobiliza as pessoas o ano inteiro, dada a sua relevância para a vida das gerações atuais e futuras.

As empresas estão no centro desse debate, pois podem contribuir, tanto para reduzir os impactos negativos de seus processos produtivos quanto ampliar os impactos positivos, por meio da adoção e disseminação de iniciativas dedicadas à sustentabilidade. De consumidores à Bolsa de Valores, as práticas ESG (sigla em inglês para environmental, social and governance) são reconhecidas como uma espécie de selo de qualidade, que atesta a conduta ética, transparente e responsável de uma corporação, bem como sua credibilidade e solidez.

O que algumas organizações talvez ainda não se deem conta é o peso que o ESG adquiriu nas estratégias de atração e retenção de talentos. Há muitos anos observo a crescente importância desse tema entre profissionais disputados pelo mercado. Além de salário, benefícios e reconhecimento, as práticas sustentáveis passaram a contar cada vez mais entre candidatos que se veem diante de duas ou mais oportunidades de trabalho. Afinal, ingressar em um time admirado e respeitado torna os “jogadores”, individualmente, também admirados e respeitados, valoriza seu currículo e enriquece as perspectivas profissionais.

Os números comprovam essa mudança no mercado de trabalho. De acordo com a 16ª sondagem do Índice de Confiança da Robert Half (ICRH), 33% dos recrutadores entrevistados percebem que as iniciativas sustentáveis influem bastante na escolha dos candidatos entre uma ou outra empresa durante o processo de seleção. Entre os desempregados que participaram do estudo, 83% afirmam avaliar as práticas ESG antes de aceitar uma proposta de trabalho.

A importância da sustentabilidade só crescerá 

À medida que aumentar a consciência ambiental e social das pessoas, a sustentabilidade pesará ainda mais na hora de um profissional aceitar ou não uma vaga. Por ora, temos um longo caminho a percorrer. Para 38% dos profissionais empregados ouvidos pelo ICRH, o significado da sigla ESG é uma incógnita. Entre as empresas entrevistadas, 23% declararam não ter aderido a uma agenda ESG.

Esses números apontam para duas conclusões reveladoras: 1) há muito espaço para o tema crescer no mundo corporativo; e 2) mesmo sendo menos conhecidas e seguidas do que deveriam, as iniciativas ESG já adquiriram uma influência enorme entre aqueles que se familiarizaram a elas. Imagine, então, quando mais profissionais e mais organizações estiverem sintonizados nessa nova realidade.

A ideia de trabalhar com propósito, ou seja, ajudar de alguma forma a melhorar o mundo, vem ganhando força a cada geração e renova o próprio conceito de atividade produtiva para profissionais e empresas. Ganhar dinheiro ou gerar lucro não basta, é preciso fazer o bem pelo meio ambiente e pelas pessoas.

Não se esqueça de que a disputa por talentos é acirrada

Os expressivos desafios econômicos trazidos pela pandemia, incluindo o aumento das taxas de desemprego gerais, podem dar a falsa sensação de que há talentos de sobra no mercado. Ao contrário. Muitos profissionais qualificados deixaram o emprego por vontade própria nesse período, em busca de ter mais qualidade de vida e maior realização profissional, dois objetivos frequentemente associados a empresas comprometidas com a sustentabilidade.

De outubro a dezembro de 2021, 49% das demissões entre profissionais qualificados, aqueles com mais de 25 anos e formação superior completa, ocorreram por pedido do próprio colaborador, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No consolidado do último ano, esse número ficou em 48%, o que confirma um amplo movimento, em que praticamente metade dos talentos que estavam empregados deixou o emprego voluntariamente.

A verdade é que estamos com a mais baixa taxa de desemprego entre profissionais qualificados dos últimos seis anos, como mostra a análise da 19ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH) com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Desde 2015, o mercado não se apresentava tão favorável e promissor para esses trabalhadores como atualmente.

Para as empresas que ainda tinham dúvidas sobre a urgência ou a importância de adotar as práticas ESG, aí está, portanto, mais uma razão a favor delas: preservar e ampliar seu valioso quadro de talentos.

Hoje, a Robert Half divulgou o report “Liderando com Integridade: Relatório Ambiental, Social e de Governança” (Leading with Integrity: Environmental, Social and Governance Report), que detalha os objetivos globais, o progresso realizado e os planos para o futuro no que tange a temática. Acesse o link e saiba mais sobre as realizações de ESG da Robert Half: RH-ESG-Report-2021.pdf (roberthalf.com.br)

Fonte: Revista Exame


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